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"ALIMENTAR A PRÓPRIA DOR É TORNAR-SE SEU PIOR INIMIGO."
(Augusto Cury)

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"Os sonhos não determinam o lugar aonde você vai chegar, mas produzem a força necessária para tirá-lo do lugar onde está."
(Augusto Cury)




FRASE DA SEMANA

"AS FLORES DO AMANHÃ REGAM-SE HOJE." (São João Bosco)

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Mentiras na Internet

É espantoso como, hoje em dia, as pessoas perderam completamente a noção de ética e honestidade. Não falo de políticos e governantes, mas de pessoas comuns que insistem em propagar mentiras via Internet. Circulam por aí muitos textos, a maioria deles de auto-ajuda, cuja autoria é atribuída a escritores famosos com Shakespeare, Fernando Pessoa, Clarice Lispector, Carlos Drumond de Andrade e outros. Qualquer pessoa que tenha cursado ensino médio deve saber que nenhum dos escritores citados acima escreveu auto-ajuda nem reúne características ou tipo de linguagem presentes nestes textos.Por que então os verdadeiros autores dos textos se escondem atrás do nome de escritores famosos?
Atribui-se a Shakespeare o texto "Menestrel" amplamente divulgado também em revistas e jornais. Como um autor do período medieval poderia ter escrito algo que claramente corresponde à nossa época?
Pior que isso é o texto "Os votos" de autoria do escritor Sérgio Jockyman que é divulgado inclusive pela TV como sendo de autoria de Vitor Hugo e com o título de "Desejos". Na época em que o texto foi veiculado pela TV pela primerira vez, o verdadeiro autor ainda estava vivo e, apesar dos protestos de muita gente, não houve retratação.
Muitos outros exemplos poderiam ser citados de casos semelhantes.
É simples: ao receber um texto via Internet, não custa checar sua autoria antes de repassá-lo. Não devemos contribuir para que a ignorância se alastre!
É simples e fácil verificar a autoria de um texto usando a própria Internet.
Honestidade e compromisso com a verdade devem existir em todas as situações, por mais banais que sejam!

Segue o texto "OS VOTOS" de Sérgio Jockyman, como homenagem ao autor falecido em fevereiro de 2011:

“Pois desejo primeiro que você ame e que amando, seja também amado.

E que se não o for, seja breve em esquecer e esquecendo não guarde mágoa.

Desejo depois que não seja só, mas que se for, saiba ser sem desesperar.

Desejo também que tenha amigos e que mesmo maus e inconseqüentes sejam corajosos e fiéis.

E que em pelo menos um deles você possa confiar e que confiando não duvide de sua confiança.

E porque a vida é assim, desejo ainda que você tenha inimigos, nem muitos nem poucos, mas na medida exata para que algumas vezes você interpele a respeito de suas próprias certezas.

E que entre eles, haja pelo menos um que seja justo para que você não se sinta demasiadamente seguro.

Desejo depois que você seja útil, não insubstituívelmente útil mas razoavelmente útil.

E que nos maus momentos, quando não restar mais nada, essa utilidade seja suficiente para manter você de pé.

Desejo ainda que você seja tolerante, não com que os que erram pouco, porque isso é fácil, mas com aqueles que erram muito e irremediavelmente.

E que essa tolerância nem se transforme em aplauso nem em permissividade, para que assim fazendo um bom uso dela, você dê também um exemplo para os outros.

Desejo que você sendo jovem não amadureça depressa demais,
e que sendo maduro não insista em rejuvenescer,
e que sendo velho não se dedique a desesperar.

Porque cada idade tem o seu prazer e a sua dor e é preciso deixar que eles escorram dentro de nós.

Desejo por sinal que você seja triste, não o ano todo, nem um mês e muito menos uma semana,mas um dia.

Mas que nesse dia de tristeza, você descubra que o riso diário é bom, o riso habitual é insosso e o riso constante é insano.

Desejo que você descubra com o máximo de urgência, acima e a despeito de tudo, talvez agora mesmo, mas se for impossível amanhã de manhã que existem oprimidos,
injustiçados e infelizes.

E que estão à sua volta, porque seu pai aceitou conviver com eles.

E que eles continuarão à volta de seus filhos, se você achar a convivência inevitável.

Desejo ainda que você afague um gato, que alimente um cão e ouça pelo menos um João-de-barro erguer triunfante seu canto matinal.

Porque assim você se sentirá bom por nada.

Desejo também que você plante uma semente por mais ridículo que seja e acompanhe seu crescimento dia a dia, para que você saiba de quantas muitas vidas é feita uma árvore.

Desejo, outrossim, que você tenha dinheiro porque é preciso ser prático. E que pelo menos uma vez por ano você ponha uma porção dele na sua frente e diga: Isto é meu.

Só para que fique claro quem é o dono de quem.

Desejo ainda que você seja frugal, não inteiramente frugal, não obcecadamente frugal, mas apenas usualmente frugal.
Mas que essa frugalidade não impeça você de abusar quando o abuso se impuser.

Desejo também que nenhum de seus afetos morra, por ele e por você. Mas que se morrer, você possa chorar sem se culpar e sofrer sem se lamentar.

Desejo por fim que,
sendo mulher, você tenha um bom homem
e que sendo homem tenha uma boa mulher.

E que se amem hoje, amanhã, depois, no dia seguinte, mais uma vez e novamente de agora até o próximo ano acabar.

E que quando estiverem exaustos e sorridentes, ainda tenham amor pra recomeçar.

E se isso só acontecer, não tenho mais nada para desejar.”

Fonte: Folha da Tarde – Porto Alegre – 30 de Dezembro de 1978